20 de mai. de 2012

DESILUSÃO CAUSA SOFRIMENTO???




                      Desilusão X Sofrimento

Hoje quero conversar com vocês sobre um sentimento que todos nós já tivemos e que é muito dolorido: a desilusão.....Gente ! Como isso machuca, não é? Faz-me lembrar uma música do Paulinho da Viola que diz:

"Desilusão....Desilusão, Danço eu, dança você na dança da solidão".....

Quantas vezes nós já passamos por isso e quantas ainda vamos passar? Creio que muitas... Nós temos o costume de criar muitas expectativas em cima das coisas, das situações, das pessoas....Sonhamos.... Imaginamos.....Voamos alto.... e depois, quando os fatos não acontecem como nós imaginamos ficamos nos sentindo magoados, tristes, deprimidos.... Fazemos os nossos planos daquilo que julgamos ser o certo e quando eles não se realizam como os idealizamos ficamos desmontados, aí, costumamos reclamar da vida, das pessoas e muitas vezes de nós mesmos, que não fomos bons o bastante para conseguir.... Ficamos decepcionados com a vida, com as pessoas e com a gente mesmo.....Como não aconteceu como eu havia imaginado? Isso acontece com as situações das mais corriqueiras, até os grandes dramas de amor.
Podemos ficar decepcionados por ter ido ao supermercado e não encontrar um produto que queríamos, até aquelas situações onde pusemos nossa fé total em cima de uma pessoa e ela não correspondeu ao que esperávamos dela.

Sabem aquela "sensaçãozinha" horrível que nós chamamos de dor de cotovelo?

E essa é dura , não é?
Lupicínio Rodrigues o grande compositor, foi o inventor do termo "dor-de-cotovelo".
Esta expressão, não significa inveja, ela se refere à prática, comum nos bares, do homem ou mulher que se senta no balcão, crava os cotovelos no mesmo, pede uma bebida, faz bolinhas com o fundo do copo e chora o amor que perdeu. Ela retrata a boemia, os homens e mulheres, abandonados, os amores impossíveis, os sonhos, a rotina onde a traição e o amor andam abraçados, o orgulho desmedido afogando as mágoas na mesa de um bar ...Nós nos identificamos com essas músicas....temos o mesmo pieguismo emocional, achamos lindo sofrer por amor, achamos que realmente somos vítimas da indiferença do outro, da falta de compreensão com o nosso afeto... Olha para você...veja as músicas que escolhe escutar, veja o quanto gosta daquelas que cantam a dor e a desilusão, o impossível, a solidão, a decepção... o quanto você crê que as pessoas são vítimas umas das outras...Todos nós, um dia já nos apaixonamos, todos nós já nos desiludimos... Ai saímos com aquela cara de vítima, sem nos conformar que a pessoa não é como nós achamos que ela deveria ser... "Como ela não é como eu pensei que ela fosse!!! Como a vida permitiu que ela fizesse isso comigo! Eu confiei tanto e olha agora!"

Será que realmente fomos vítimas, será que realmente o outro nos decepcionou? O que fazer?

Primeiro morremos de raiva do outro, depois morremos de raiva da vida e por último morremos de raiva da gente mesmo porque não adivinhamos o que ia acontecer... A revolta toma conta de nós... Ou a colocamos para fora, explodimos, choramos, fazemos escândalo, ou recolhemos tudo que estamos sentindo e implodimos, arrebentamos conosco... nos levamos para um buraco, o fundo do poço, como costumamos falar....Entramos naquela de "coitado de mim" e não resolvemos nada...Será que realmente fomos vítimas, será que realmente o outro nos fez de bobos? O que está acontecendo conosco? Nas duas situações, tanto na indignação quanto na apatia total, o que temos na verdade é que não queremos aceitar que a vida, as pessoas e nem mesmo nós somos como imaginamos.

Por que uma situação assim?

Olha para você: está onde se pôs!... É ... é verdade... a responsabilidade é nossa... Não somos vítimas... Atraímos para nós as situações de acordo com nossas atitudes interiores...Se nós nos inferiorizamos, se fazemos de nossos sonhos o objetivo de nossas vidas, se todo valor está fora de nós e não dentro ficaremos sempre decepcionados... As pessoas não estão aí para nos servir...Somos muito mimados, queremos que os outros solucionem nossas necessidades e quando não o fazem nos desiludimos...
Com quem você esta decepcionado agora? Olhe e perceba o que você queria dele e que você mesmo não fez para você... Toda queixa é confissão... Você não assume o poder que tem...não assume responsabilidade por você. e quer que o outro assuma... É cheio de medo, mimado, pretensioso e depois reclama... Faz um modelinho e quer que os outros cumpram...

Que tal você olhar para você e ver onde está se pondo...
Que tal você ser verdadeiro com o que sente?
Que tal você olhar para você e enfrentar as ilusões que tem sobre a vida?
Que tal você enfrentar os seus medos?
A verdadeira sabedoria começa onde termina o medo e começa avida...

Somos livres para escolher o que queremos para nós... a realidade a nossa volta será igual ao nosso nível de consciência... ela vai refletir a responsabilidade com que assumo a minha posição em mim mesmo...
Temos senso, não precisamos deixar a imaginação tomar conta. Não podemos nos condicionar a sermos felizes só quando nossos planinhos de certo acontecerem... Quem alimenta muita ilusão acaba sempre em desilusão... Toda vez que colocamos um "deveria",um "tinha quê", já estamos deixando que a nossa ilusão tome conta...Inventamos um filminho na nossa cabeça e depois queremos forçar a vida a encená-lo... Um passe de mágica e tudo deveria ser como eu imaginei... Não queremos aceitar a realidade... a olhamos como cruel e negativa...A dificuldade que temos em lidar com o real é que nos trás as grandes desilusões, as grandes decepções, a dor e o sofrimento... Nos fechamos para ela e ainda nos colocamos como ofendidos, traumatizados, ela não é boa o suficiente para nós tão maravilhosos e tão bons... Nos vingamos... já que ela não foi como eu acho que deveria, também não serei como ela gostaria que eu fosse...Rejeitamos a nós mesmos, rejeitamos a vida, acumulamos uma série de decepções e vamos morrendo aos poucos de desilusão... ficamos doentes, somatizamos nossa fraqueza interior...

Além disso, reflita comigo:
Quantas vezes você também não foi para o outro o que ele esperava de você?
Quantas vezes você foi o motivo de desilusão para alguém, mesmo sem querer ser?
Quantas vezes você não conseguiu carregar sobre suas costas as expectativas que o outro tinha sobre você?

Percebe?
Percebe como estamos tão acostumados a cobrar do outro, que nem percebemos que nós mesmos podemos estar provocando nele a mesma sensação? Ou será que você é daqueles que nunca errou? Que jamais teve uma só situação na vida onde tenha cometido um deslize sequer... Será que você é mesmo um modelo de perfeição? Quem você se julga ser? para achar-se acima do bem e do mal? com que direito você nega ao outro o direito de cometer enganos? Será que você pode mesmo, como diria Jesus, atirar a primeira pedra? É... esquecemos que somos só humanos... erros e acertos... enganos e desenganos... Todos nós, queremos, de uma maneira ou outra, sermos felizes, todos nós, nos iludimos muito e sofremos com a humanidade do outro. Cobramos de nós sermos a perfeição encarnada e cobramos que o outro também seja...Não somos capazes de perdoar o outro porque não somos capazes de nos perdoar também.... Vivemos na ilusão de sermos o máximo e quando a vida nos mostra que não é bem assim, achamos que fomos traídos, mas na verdade nós já tínhamos ido contra nossa humanidade há muito tempo.
A saída é encaramos a nós mesmos... se conseguirmos aceitar a nós mesmos do modo como somos, se assumimos responsabilidade sobre nossas atitudes vamos aprendendo que o poder é nosso e sendo assim as escolhas também.... é preciso um pouco de modéstia, de encarar que fazemos uso indevido de nossa imaginação, de que queremos ser algo que não somos... encarar que nos recusamos a entender e aceitar as pessoas como elas são... que a realidade depende de como nos colocamos dentro de nós mesmos...
Depois que fazemos isso podemos modificar as situações... depois que descobrimos o que de verdade somos, podemos lidar com a realidade... nos livramos dos medos, das culpas, das preocupações, da angústia... Somos perfeitos para sermos só o que somos... Ao validarmos a nós mesmos ensinamos a vida a nos validar também...Ao assumirmos responsabilidade sobre nós mesmos, assumimos o poder de atrair as coisas que queremos... nos colocando no melhor, o melhor vem para nós... Ao nos libertarmos de nossos sonhos a vida abre a porta da realidade palpável de sua beleza...

Que tal você assegurar-se de você mesmo?
Que tal você confiar em você e naquilo que realmente é?
Onde você vai escolher se por, no seu melhor ou no seu pior?
Vai ficar aí decepcionado com o mundo ou vai assumir a responsabilidade sobre você mesmo?
Vai ficar mais perto de você e se apoiar ou vai se colocar como vítima das situações, decepcionado porque os seus sonhos não se realizaram?

Vai assumir o seu poder ou vai se deixar ficar desiludido?
 A escolha é sua...

Muitas vezes não sabemos como fazer isso, estamos há tanto tempo agindo sempre da mesma maneira que esquecemos o que é, ser si mesmo...

Que tal você procurar ajuda?
É uma atitude de bem para com você, quando busca o apoio e o auxílio para o seu auto apoio...
Aqui, no Oficina, temos alguns trabalhos que facilitam esse encontro seu com você mesmo...

ligue para mim
Abraço terno




Emoção não é defeito, é efeito!

A palavra emoção vem do latim e significa "mover-se em direção à", isto é, toda emoção é um impulso para a ação e portanto cada emoção desempenha uma função única, com um tipo de resposta para cada situação. Quando eu digo única, não significa pura, pois isto não existe. A emoção é sempre uma somatória de diferentes emoções, uma associação que representa um estado emocional.Para se compreender as emoções e o que precisa ser compreendido nelas, requer que estejamos atentos ao próprio processo em que elas ocorrem sem julgarmos o que nele acontece, mas observarmos para podermos discernir com acuidade. Se, partimos do pressuposto que algumas são boas e outras são ruins, já partimos de um preconceito e portanto teremos uma visão parcial.Alguns filósofos e psicólogos opinam que há emoções saudáveis e outras doentias. Dizem que há emoções boas (alegria, prazer, satisfação, felicidade,etc..) e outras ruins; e que estas deveriam ser eliminadas de nossa vida ( ira, tristeza, nojo, medo, raiva, etc..)
Percebo esta postura como algo idealizado. Com esta visão, numa vida bem vivida ,completa e ideal, certas emoções não poderiam fazer parte dela.Você consegue imaginar uma vida onde você não tenha tensão, ambigüidade, ou mesmo um desejo não satisfeito? Você consegue imaginar você seguindo sua vida retirando partes suas porque elas não se encaixam no ideal? Que vida seria esta? Será que seria vida?
Eu acredito que tudo em nós tem valor e tem função. Tudo que sinto diz, em primeiro lugar, algo de mim para mim mesmo, portanto não há nada em mim a ser desprezado. Se eu, em vez de julgar a emoção como boa ou ruim, me dispuser a vê-la e perceber como ela me expressa, se ela faz parte de minha consciência saudável ou se ela demonstra distorções de percepções ou ainda falhas no meu entendimento e na avaliação parcial que fiz dos fatos, posso aprender com ela e integrá-la em mim. Sei que algumas delas são muito doloridas e que não é bom cultiva-las, mas se elas estão se fazendo presentes, é porque algo em mim precisa ser visto. É necessário que eu esteja atenta e aberta para poder examiná-las e poder perceber que tipo de ponto de vista, ou perspectiva estou usando na percepção de algo para estar sentindo o que estou sentindo. Se, ao contrário, me dispuser ao combate apenas porque elas não deveriam estar lá, porque não é “normal” ou não é “como seria certo eu ser”, estarei numa postura estereotipada, vaidosa, de não querer que elas estejam apenas porque não são “ideais”.As emoções têm um valor em si mesmas, na sua natureza especial, pois se referem a valores e importâncias que damos às coisas a nossa volta e em nós mesmos.Imagine você sem sentir aproximação, distanciamento, limites, invasão, fusão, ruptura, pressão, dor, Elas nos auxiliam a constituir nossa vida pessoal, interpessoal, social, cultural,etc..Somos seres humanos, (demasiadamente humanos, como diria Nietzsche), não podemos desprezar o que nos acontece em nome de um modelo ideal de ser, de uma fantasia de “auto-controle”, ou mesmo de um equilíbrio que estamos longe de possuir. Essa fantasia ou ideal de ser nos propõe uma vida harmônica, sem tensão, sem conflito, sem polaridade, só possível no mundo das idéias, mas não no mundo real.Ora estamos alegres, ora estamos com vergonha, ora estamos entusiasmados, outras estamos sem auto-estima e assim por diante. Emoções “positivas” e “negativas” estão se alternando o tempo todo, carregadas de valores, interligadas umas com as com outras pela nossa afetividade que nos distancia ou aproxima de nós mesmos e dos outros. São meios necessários de se experimentar, lidar, resolver, fugir. Meios de viver e estar no mundo.Fazem parte integrante daquilo que somos. Não tê-las é não sermos nós.Aprendemos por ensaio e erro, aprendemos pela experiência. Tudo tem valor. Logicamente sentir dor ou desprazer não é gostoso, sentir tristeza é desagradável, mas são aspectos da vida humana. Podemos nos esforçar para aprender e ampliar a nossa consciência de modo a diminuir ou mesmo eliminar sensações que nos fazem mal, mas isso não significa que estas emoções não têm pleno direito de existir.Nossa inépcia emocional, nosso despreparo para lidar com o afetivo, nossa mania de grandeza, nossa filosofia de vida calcada em “modelitos” e chavões de perfeição, transformam efeitos em defeitos e o nosso orgulho corre a corrigi-los de modo que possamos posar de auto-confiantes e integrados.A enxurrada de livros de auto-ajuda em vez de dar aberturas para o nosso processo, para que possamos olhar sem medo o nosso interior, nos oferecem receitas e conselhos de como ser ideais no mundo de hoje, Vendem idéias prontas de como ser “o melhor” num mundo competitivo, o que muitas vezes me faz pensar que quem está comprando é o nosso ego.
Já escrevi alhures que vida boa não é uma vida paradisíaca, mas sim uma vida onde aprendo a lidar com aquilo que surge em mim ou ao meu redor. É uma vida cheia de vitalidade e energia, lúcida dos próprios processos e não sem eles. Espiritualmente falando, uma vida onde tudo faz parte e onde aprendo a valorizar e escolher, a assumir compromisso e poder, onde aprendo a hierarquizar meus valores, rever minhas crenças, reformular meus pontos de vista, onde cresço em consciência. Temos sensações, sentimentos, emoções, pensamentos, numa rede interligada, onde cada atividade se conecta a outra, formando uma estrutura psíquica; soma-se a isso a nossa personalidade, nossa filosofia de vida, nosso estado espiritual, nosso tempo, nossa cultura, formação religiosa, corpo, particularidades, país, economia, história, relações familiares, nosso sistema neurológico, nosso sistema fisiológico etc... Nada está separado! Isto constitui o nosso mundo emocional.Valores!!! Valores que alimentamos, valores que descartamos. Nossos problemas não estão em nossas emoções, mas na maneira como nós as observamos e orientamos. Elas são reflexos de um sistema interligado e estão aí para me ajudar a decodificar o sistema e atuar sobre ele.Queremos ser conscientes, portanto faz parte desta amplificação de consciência: observar e reconhecer as próprias emoções, fazer um alfabeto emocional próprio, seguir a emoção e perceber sua relação com os pensamentos, perceber as crenças, os valores, examinar e conhecer as ações que elas provocam, perceber se elas estão no comando ou se é você, enfim vê-las como sinais, efeitos dos seus feitos internos.
Observe e veja se assim fica mais fácil lidar com elas ...
Um abraço cheio de carinho






Nenhum comentário:

Postar um comentário